terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Ultimamente me deparei com alguns poemas meus onde os títulos nos remetem a lugares que sabemos existir, mas aos quais nunca fomos, nunca chegamos realmente a conhecer em nossas vidas, ficando apenas a certeza de sua existência, apesar de nunca os ter vistos nem visitados. Na realidade, títulos que procuram explicar nossa própria existência, onde muitas vezes acreditamos em coisas que não vemos, não enxergamos, não temos como tocar, mas que sentimos e sabemos que nos permeia a alma, o espírito. Sim, você sabe que está amando, mas não pode tocar nesse sentimento, como se fosse na cozinha buscar um copo de leite, ou um pedaço de torta. Você sabe que ele existe, ele está ao seu redor, permeia sua pele de sensações e provocações hormonais, rodeia seu espírito como uma aura invisível de poder e força. Sim, é uma abstração que não faz parte desse mundo de corpos, massas e concretos.

Escrevi três poemas onde os títulos, por si só, procuram expressar essa faceta de nossa existência. São lugares que existem, estão lá, a milhares de quilômetros de distância, e eu sei que existem, mas que nunca fui lá, nunca andei por lá. E mesmo sabendo que nunca vi tais lugares, eu acredito que eles existam e os imagino e os sinto em meus pensamentos. Isso é um tipo de situação abstracional que podemos comparar com os sentimentos, as emoções. Amor, raiva, saudade, compreensão, paixão, fé. Como não acreditar em coisas que nos invadem de repente e se alojam dentro de nós muitas vezes até à nossa revelia? Mesmo que não se queira acreditar, isso não mudará o fato dos lugares existirem. Três poemas meus tem títulos assim: Chuva sobre Andaluzia, Os ventos de Kandahar e o mais recente, As areias de Corsica. Todos os três falam de sentimentos, amores, devoção a quem você ama, abstrações que você não enxerga, mas que sente. Assim como os lugares dos títulos. Você não os vê, nunca os viu, mas sabe que eles existem, e podem de alguma forma alterar o teu estado de espírito.


Chuva sobre Andaluzia

A maré trouxe para dentro de meu coração
Um bravo oceano de calmarias
Gotas de chuva e pés descalços
Criando inquietas ondas de revoluções
O céu lançou-me num abismo
Onde o vento limpa minha face
De todos os males do mundo
Chorei com um sorriso, me perdi num abraço
Dormi em afagos, afoguei-me em carinhos
Encontrei clarões sutis
Na escuridão que te envolvia
A tempestade nos atravessaria.


Os ventos de Kandahar

O deserto cruel apaga tuas pegadas
Evapora de teus poros
O suor de tuas conquistas
Deixando apenas o calor insistente
De tuas lembranças remotas
Caminhar numa jornada de amores perdidos
Contar os grãos de areia
Imaginar o mar, amar o distante
Guardado dentro do pensamento
E mesmo assim, diante de imensa distância
Enxugar tua lágrima, abraçar-te
Afogar tuas tristezas, guardar teu sono
E manter acesos os clarões sutis
Na escuridão que agora nos envolvia.


As areias de Corsica

Você é uma bênção. Um elo cativante.
A raiz das conexões incessantes.
O salto nos ventos dos horizontes.
Uma ilha ensolarada acima do Meridiano.
Você está na velocidade dos meus pensamentos
na dança descalça dos meus passos na praia
na música aprisionada em minha mente
no meus pés molhados e no meu olhar pensativo.
Você é uma sublimação. Uma essência constante.
Você criou minhas lembranças mais fortes
gerou meus versos mais lindos e corajosos
amanheceu meus dias mais impressionantes.
Você é uma poesia. Uma tradução divina.
Transmutação de sentidos, levitando meu
corpo e meu espírito para além do limite
onde perco o meu senso de gravidade.

 

Ulisses Góes

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

Cada período de nossas vidas constitui-se numa série de ciclos entrelaçados, onde você realmente nunca sabe onde terminou um e onde o outro definitivamente teve início. Gostar das pessoas, amar umas, afastar-se de outras. Confesso que não fico feliz em ter determinadas certezas, como a hora que o dia termina, para dar início a um novo dia, ou a programação da tv, ou onde o sol nasce e se poe. Claro que que pra essas certezas existem pequenas e sutis variações, pois o sol nunca nasce sempre no mesmo ponto do horizonte, dependendo sempre da estação do ano em que nos encontramos. Mas esses ciclos que nos invadem a vida, onde você realmente não encontra o ponto determinante, são pequenos tormentos que algumas vezes me tomam de assalto o espírito. Que dia exatamente eu te conheci? Como nossa amizade realmente começou? Como eu fui me aproximando de você aos poucos, e de que maneira? Como chegamos a tudo isso, nesse ponto onde nos encontramos no momento? Ninguém lembra mesmo do princípio de tudo.

A impressão que eu tenho é que conhecemos as pessoas como se já conhecessemos antes, e tudo foi simplesmente um emaranhado de reencontros, de reaparições, quando na verdade, tudo teve um início certo, único, próprio. Isso que dá ficar pela madrugada escrevendo poesias, pensando nas pessoas que você ama, sentindo uma saudade saudável aflorando no peito. Mas as pessoas te influenciam de alguma maneira, e vice-versa. E assim vamos seguindo nossas vidas, onde as pessoas aparecem e tomam conta de você de forma mágica, onde elas te invadem e fazem você invadir elas. Onde você ensina o que sabe e aprende o que nem imagina. A vida é uma troca equivalente, uma alquimia reinante, uma transmutação de sentimentos e emoções. Só não escrevo mais sobre isso agora porque estou faminto e vou comer um pedaço de bolo de chocolate. Mas minhas palavras continuam logo abaixo, criadas por influências diversas, principalmente das pessoas que passam em sua vida e te marcam de alguma maneira. E por causa delas, eu amo sem limites, e por causa delas, eu sou capaz de desarmar bombas atômicas, antes que o mundo se exploda completamente.

Versos alquímicos

Eu não tenho para onde correr sem teus passos
Nessas ruas sem placas de sinalização
Meus caminhos são misteriosos e tortuosos
forrados de grama verde e rodeado de asfalto
Não tenho medo de não ser amado
Não tenho medo de colesterol nem de muros altos

Mas tenho medo de não ver teus passos ao meu lado
ou de não ouvir mais tua voz mágica ao meu redor
Sua face linda soltando sorrisos adocicados
Pois tudo que se move em minha vida
é por causa de você

Andar de trem acompanhando o mundo lá fora
Afogar-se na multidão de um show monumental
Encarar seu olhar e sua risada ao mesmo tempo
Dormir e sonhar com teus abraços macios
Pois tudo que se movimenta em torno de mim
é por causa de você

Não tenho para onde voar sem tuas asas
Nesse céu de bombas suicidas e ameaças terroristas
Minhas jornadas são poéticas e fantásticas
onde minha vida é transmutada em Alquimia
de palavras, de vontades, de versos, de desejos

Se eu te encontrar um dia, serei mais feliz
Terei mais coragem de realizar meus sonhos
e não pensarei duas vezes antes de nos salvar
Tenha certeza de que sempre te salvarei
Nem que tenha que desarmar uma bomba atômica
antes que o mundo inteiro se acabe numa explosão.

Ulisses Góes // dezembro 2005

sábado, 19 de novembro de 2005

Quando comecei a escrever esse poema, nessa última madrugada, tinha passado boa parte da noite conversando com meu amigo Sérgio, pelo msn. Ele, lá em Boston, e eu aqui em Itabuna, terras diferentes que parecem emergir de mundos antagônicos, universos erradicados em galáxias distantes. Tava inspirado pela letra da música do Audioslave, Doesn't Remind Me, do CD Out Of Exile e por algo escrito por um amigo meu em um fórum de discussão. Nesse Fórum, ele falava sobre amizade, solidão, a busca de nossa constante felicidade. Não deu outra. A necessidade incendiou-se dentro de mim, depois de um debate intenso sobre poesia com Sérgio, depois de ouvir uma música forte, depois de ler algo sincero e magnífico. Seriam ingredientes propícios sempre para meus escritos, minhas poesias? O que escrevi é tão nostálgico na essência quanto dramático no relato poético. Uma fuga, uma trágica perda, uma vontade de tentar esquecer aliada à impotência de conseguir alcançar esse objetivo. Um desabafo de quem perdeu tragicamente um jovem amigo. Mas qual foi minha surpresa e emoção, que me vieram lágrimas nos olhos, quando percebi que meu poema acabou se escrevendo sozinho, e se revelando por ele mesmo através de imagens de situações nunca vividas. A tal fuga para lembranças não existentes tinha sido em vão. Infelizmente, o efeito borboleta não estava funcionando.

Maverick na calçada

Olhares luminosos perdidos nas ruas espanholas
Os cabelos soltos e molhados diante do espelho
Martelando pregos e cantando melodias japonesas
Corro esquecido na amplidão dos estacionamentos
Tudo isso não me lembra você

Quebrando as cordas de uma guitarra esquecida
Solidão ensolarada sentada na beira da piscina
Brincando com a areia e limpando o suor na testa
Sanduiche de atum numa lanchonete movimentada
Tudo isso nada me lembra, muito menos você

Não consigo aprender o que tenho que esquecer
Sinto-me fraco e impotente embaixo do chuveiro
Saudade e água fria trazem de novo à tona
minhas lembranças e minhas lágrimas
Não consigo esquecer o que a vida me fez perder
Não há sabedoria suficiente ainda dentro de mim
Existem tentativas perdidas e choros insistentes

Dormindo docemente numa tarde fria e chuvosa
As letras miúdas nas legendas das fotos
Os cartões de embarques e os vistos nos passaportes
A calçada forrada de pedras simétricas e geométricas
Sentado no banco da frente de um Maverick
Nada disso realmente me lembra você

Não consigo aprender o que tenho que esquecer
Sou teimoso e deixo o passado me afogar
Não consigo esquecer o que a vida me fez perder
Não há forças suficientes dentro de mim
que façam eu me apegar a recordações
que nunca me farão lembrar do
verdadeiro Amigo que encontrei em você.

Ulisses Góes

domingo, 6 de novembro de 2005

Estou perdendo noites e me transformando em um ser virtualmente boêmio, me envolvendo em relações distantes, discutindo opiniões, vivenciando mais as pessoas atrás dos monitores do que mesmo nas ruas de minha cidade. E nunca me imaginei ouvindo rock gótico e punk cru. Nunca me imaginei escutando Nightwish, por influência de uma amigo meu que acabou me adotando como mano mais velho dele, e me pediu pra ser padrinho dele. Sempre me surpreendo como as pessoas acabam fazendo parte da vida da gente de alguma forma e acabam deixando suas marcas na gente, suas influências, numa troca recíproca de experiências. Depois de alguns sonhos meus espatifados e projetos que não deram em nada, me senti um pouco mais sozinho, mas no sentido de que parece que cada vez mais dependo apenas de mim pra poder girar as manivelas que movem meus sonhos. E fico ouvindo esses petardos do Green Day, no CD American Idiot, um retrato limpo e preciso de um país que é tão podre e cheio de defeitos como qualquer outro. Os estados Unidos sempre foram um pesadelo para todo o mundo, e depois de atentados, furacões, tempestades tropicais, os americanos percebem cada vez mais que são tão frágeis quanto qualquer outro país menos desenvolvido.

E as pessoas se apaixonam sempre por mim, e não consigo explicar como isso acontece, qual a química transcendental que me permeia, qual aura significativa de emoções me elabora a alma, para que pessoas tenham a sinceridade ativa de me dizer palavras de amor e de afeto. Música mais apropriada para essas palavras que escrevo é Wake me up when September ends, do CD novo do Green Day. O que move as pessoas são emoções e atitudes. Umas são movidas pelo coração, e a maioria pela razão crua, nascida do instinto cruel de sobrevivência. Se arrancar a pureza dos sentimentos e deixar a fúria das ações, o atrito das forças, sobra apenas um mundo sombrio de instintos e luta pela sobrevivência. Agora estou descartando sentimentos e escrevendo na fúria das palavras. Por isso estou ouvindo Dinho Ouro Preto ressucitar O Aborto Elétrico, uma das primeiras bandas de punk rock do Brasil com destaque no cenário nacional. E no final, me deparo com um mundo onde o amor é desesperador, quando não deveria ser. Um mundo onde os nossos sentimentos são sacudidos, e onde as pessoas vivem esmagando os sentimentos, estraçalhando as amizades, despedaçando os carinhos. E o que deveria ser a descoberta de sentimentos mágicos, acaba se transformando em desespero para entender algo que parece nos sufocar mansamente no meio do mundo moderno e sujo. Conclusão: estão abortando o amor antes mesmo que ele nasça dentro de você.

Love Song One
[Renato Russo]

Você me faz pensar demais
Sempre quando quero tentar
Ser só mais um que quer você
Ah! Não consigo entender
por que eu quero você
Não consigo entender

Você me faz deixar pra trás
tudo que faz lembrar
Como é viver sem ter você
Ah! Não consigo entender
por que eu quero você
Não consigo entender

Eu não sei mais voltar atrás
nunca deixei
quero parar de ser só
mais um que quer você
Ah! Não consigo entender
por que eu quero você
Não consigo entender

Você me faz pensar demais
Sempre quando quero tentar
Ser só mais um que quer você
Ah! Não consigo entender
por que eu quero você
Não consigo entender

Faixa do novo CD "MTV Especial
Aborto Elétrico", de Capital Inicial

sexta-feira, 19 de agosto de 2005

Posso sentir realmente este meu novo trabalho literário pulsando cada vez mais forte ao meu redor. Um livro ousado, diferente, que navega outros mares, que destoa completamente de meu primeiro trabalho, Flores do Caos. Um retrato do que um amor pode fazer na vida de uma pessoa, de uma maneira não muito positiva. Talvez a maioria dos poetas sempre busque mostrar o amor como algo sublime, lindo, mágico, encantador. Eu procurei mostrar uma face do Amor que raros poetas versalizam. Um amor que envolve, cativa, entorpece e embriaga, trazendo torpor aos sentidos, um certo desequilíbrio ao espírito, um certo descontrole aos atos. À Sombra de Um Eclipse é um livro sombrio, posso até ter essa coragem de afirmar isso. Algo me surpreende quando observo ele e vejo quanta coragem eu tenho em publicá-lo. Talvez o que mais me encante seja sua ousadia, seus versos onde os sentimentos são lançados numa penumbra quase sufocante de atitudes e emoções. Até mesmo musicalmente, já pensei nesse livro. Canções do álbum 101, do Depeche Mode, que marcou época nas décadas de 80 e 90, seriam perfeitas como fundo musical dos versos. E para ser mais recente, o álbum Fallen, do Evanescence, outra trilha que se encaixa como uma luva. Nada mais a dizer, por enquanto. Termino com um poema escrito pelo meu amigo Ícaro, uma espécie de prefácio poético, onde ele procura traçar os limites onde terminam as flores, e onde o eclipse começa a se fazer presente na vida do poeta.

Flores de um Eclipse

Esse é um Lugar,
Onde o Caos se confunde com o Eclipse
e as flores vivem na eterna sombra
de um caos enfim, sem fim.

Um lugar onde se cria asas
mais de nada valem, se não conseguir voar.
Nesse lugar, teus olhos sao inúteis
pois de nada conseguirá enxergar.

A terra das flores,
flores em meio ao eclipse,
um romance sem fim
um fim sem começo, onde tudo vive
entre o caos e a sombra.

Ícaro Messias

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

Como era de se esperar, minha vida está chegando numa encruzilhada e sinto que preciso tomar decisões, agir, tomar a iniciativa de situações e partir para o ataque extremamente ofensivo. Tenho planos, projetos, idéias, e sei que necessito colocá-las em prática mesmo. Não posso ficar mais submerso no limbo, absorto num espaço amplo com minhas idéias pulsando sem parar. Estou num ano divisório, onde o que ficou para trás são lembranças, e o que vier daqui pra frente será uma nova fase, com situações novas pra mim. Um casamento talvez, um filho, quem sabe. Mais um livro a ser lançado, um site de jogos já conhecido e que se mantém no ar ainda porque eu adoro games, adoro jogos, mantenho mesmo como uma paixão que levo adiante sem medo, mesmo que eu tenha que levar sozinho por alguns trechos de meu caminho. Sei que tenho amigos que se disponibilizam sempre a ajudar em determinadas épocas, mas tenho a certeza de que a maior parte do tempo estarei sempre sozinho.

Por influência de um grande amigo meu que esteve aqui em casa, Pedro, resolvi escutar Radiohead a fundo, todo dia. É o que está tocando insistentemente em meu fone, seja em meu PC ou em meu discman é o álbum Ok Computer. E para supresa minha, uma dessa coincidências que sempre acontecem em minha vida, leio hoje que em em uma edição comemorativa de 20 anos, a revista americana “Spin” elegeu o álbum “OK Computer”, do Radiohead, como o melhor disco das duas últimas décadas. O CD lançado em 1997, ficou na frente de “It Takes A Nation Of Millions To Hold Us Back”, do Public Enemy, que ficou com a segunda posição e, do clássico “Nevermind”, do Nirvana, encabeçando o terceiro lugar. Não foi um disco realmente recordista de vendas, mas isso realmente não entrou no critério de avaliação da revista. E fico mais uma vez feliz em poder estar ouvindo um disco que é considerado um trabalho antológico, assim como o Nevermind, do Nirvana, ou o Álbum Branco, dos Beatles. Hoje mesmo, andava furtivamente através de um dia nubladíssimo e chuvoso, pelas ruas de minha cidade, ouvindo Ok Computer. Uma trilha sonora perfeita para um dia como o de hoje.

sexta-feira, 5 de agosto de 2005

Hoje o técnico da Telemar veio instalar finalmente a Velox aqui em casa. Uma novidade incrível realmente é eu ter internet 24 horas aqui em meu humilde apê. Antigamente não tinha esses luxos tecnológicos virtuais. Achei engraçado quando o técnico ficou supreso duas vezes. Uma, por ter visto meu PC, e outra quando foi testar a velocidade de minha conexão aqui na linha. "Bom, aviso a você que o link é de 1 mega, mas nunca bate realmente nessa faixa", disse ele, em tom explicativo. Quando fomos testar a velocidade de conexão, ele ficou [pela 2ª vez] surpreso, ao constantar que o medidor havia batido 1020 kbps! Ele riu e disse que era a primeira que isso acontecia. Preciso realmente agradecer a Deus por tudo de bom estar acontecendo comigo por estes tempos, pois tudo parece se resolver comigo de forma fácil.

//Fullmetal Alchemist //
Não é realmente qualquer coisa que me prenda a atenção a ponto de me fazer ficar maravilhado e em estado sugestivamente hipnótico. Com relação a desenhos japoneses, talvez o único desenho que me cativou completamente foi Yuyu Hakusho. Mas esta semana comecei a assistir o novo canal Animax. Assisti alguns animes, como Getbackers, HunterxHunter, Vandread, mas um em especial me chamou muito a atenção: Fullmetal Alchemist. O desenho tem uma história tão envolvente e original, que me tornei fã imediatamente do anime. Por conta disso, já catei na net desenhos, imagens, mangás, já até faço parte de comunidade no orkut. A história gira em torno de dois irmãos, que depois que perdem a mãe, tentam trazê-la de volta à vida usando uma ciência proibida da alquimia humana. Mas eles acabam sofrendo consequencias desatrosas por conta dessa ousadia. Ed perde um de seus braços e uma perna, e seu irmão Al acaba perdendo todo seu corpo, mas Ed consegue ainda prender a alma de seu irmão numa grande armadura. Essa parte espiritual da história me prendeu, e talvez seja isso que me fascina em qualquer tipo de história. Yuyu Hakusho tem um enredo bem espiritual, com lances sobre reencarnação, mundos espirituais. No caso de Fullmetal Alchemist, a jornada dos dois jovens irmãos é achar a Pedra Filosofal, para que eles possam ter seus corpos de volta. Agora passo todas as noites assistindo o Animax, para não perder um episódio sequer desse anime.

sexta-feira, 29 de julho de 2005

Essa semana finalmente meu PC foi pra casa. Passei mais de um mês aguardando Binho montar ele todo, mas depois de muita espera e paciência, afinal ele realmente é o sonho de todo nerd. A começar pela placa de vídeo GeForce NX 6800 GT, atualmente uma das melhores placas do mercado, possibilitando que eu jogue praticamente qualquer jogo lançado no mercado. Ainda não testei Doom 3 ou Battlefield 2, mas estou à procura para poder fazer esse teste. Além dessa placa de vídeo, meu PC tem um processador AMD Atlhon XP 3200+ FSB400, uma placa-mãe MSI K7N2, 1024 de memória RAM DDR 400 e dois HDs, um de 60GB e outro de 80GB, totalizando 140 GB de espaço para eu fazer o que eu quiser. Por enquanto, estou sem internet em casa, mas estou providenciando isso rapidamente. Minhas madrugadas agora são em companhia de Gordon Freeman, o famoso cientista de Half-Life 2. Espero poder fazer muita coisa com meu PC, e aproveitá-lo ao máximo. Ah, um detalhe legal que deixou meu PC bem original foi o casemod que fiz nele, com uma imagem de Gordon em uma das laterais do PC, que ainda conta com coolers em neon, um deles na placa de vídeo.

quinta-feira, 21 de julho de 2005

Tudo em mim foge para este sonho
onde persistem teus olhos negros
essas dunas de paçocas
teus rabiscos nos arabescos
teus sorrisos pelos becos

Tudo em mim foge para este sonho
onde eu ouço o que você me diz
entre beijos de algodão
e canções feitos de brancos giz

Sandman ainda não percebeu
e eu enganei Morpheus
Não é uma fuga, enfim
Trata-se de uma caçada sem fim.

poema do livro
À Sombra de um Eclipse
julho 2005
Continuo absorto em meus textos, e todas as noites me perco em meu mundo silencioso de versos e escritos, num emaranhado de papéis, onde meus versos estão rabiscados. Esta noite, porém, fugiu-me todos os pensamentos, pela morte de um dos periquitos que meu afilhado Junior me presenteara antes de ir para Campo Grande. Assim que abri a porta do meu apartamento, me deparei com um momento insólito, estranho e triste. O pequenino periquito amarelo estava caído dentro da gaiola, o corpo inerte, imóvel, sem vida. Caramba, fiquei meio sem ação, confesso. Agora fico pensando no outro periquito, que ficará solitário, sem ter com quem compartilhar o espaço. Estou apreensivo pelo seu futuro, que poderia ser muito melhor do que morrer de solidão. Até estou pensando em adquirir um outro periquito, mas fico pensando se ele se adaptaria ao novo amigo, ou se seria arredio ao novo companheiro. Na verdade, tudo isso aqui está soando como uma nota de falecimento, o que me entristece mais ainda.
Prefiro o silêncio diante do momento...

quarta-feira, 20 de julho de 2005

Remexendo meus textos ontem à noite, descobri que o poema que publiquei aqui em meu último post, na realidade, faz parte do material para do meu 2º livro, À Sombra de Um Eclipse, e o título dele é O Mundo de Shopia. Esse foi um dos livros que eu li e que realmente marcou essa minha época, tão conturbada e marcadas por experiências amorosas desastrosas e que quase acabou com vidas tão promissoras e cheias de futuros e sonhos. Nessa época, em minha vida, filosofia e amor andavam juntos, preenchendo meu cotidiano marcado pela descoberta de amores que me levaram às alturas de um céu tempestuoso. E olhando meus textos, descobri outra coisa realmente impressionante. O poema que encerra meu segundo livro tem o título de Meu vigésimo sexto GirasSol, e fala da busca em reencontrar a si mesmo, reencontrar os amigos, a luz do sol, e retornar a fazer tudo aquilo que eu fazia de antes da escuridão dominar minha vida. Aprendi muito com a escuridão que me envolveu certa vez em minha vida, e sei que os erros nos amadurecem.
Viver sem errar talvez seja o maior erro na vida de uma pessoa. Talvez muitas pessoas acreditem que poderiam errar menos em suas vidas, mas talvez não teriam tanta carga de experiência e sabedoria se não errassem ao invés de sempre acertarem. Uma filosofia que nos leva a crer que um mundo tão cheio de erros talvez tenha algo a se ganhar e aprender no final.

segunda-feira, 18 de julho de 2005

Essa sensação estranha de que sempre sinto falta de algo sempre me persegue. Seja algo ou alguém, não importa. Sempre acordo todos os dias como se estivesse perdendo muito tempo e não colocando logo em prática muitos projetos que tenho em mente. Acho que realmente estou perdendo tempo. Descobri, esse final de semana, remexendo inúmeros escritos meus, vários papéis guardados e poemas escritos recentemente, que tenho mais material para outro livro já. Seria, no caso, o sucessor de À Sombra de Um Eclipse, que ainda nem lancei, mas que já tem seu sucessor quase que praticamente pronto, e até já batizado: O Frasco de Sol. Poemas escritos nos últimos dois anos, quando o sol já havia novamente amanhecido em minha vida e resolvi guardar ele com carinho num frasco, protegendo ele de todos os males deste mundo cruel, insano e pertubador. Versos corajosos, mais iluminados, mostrando um poeta mais solto, mais largado no mundo, guardando seus segredos, cultivando as amizades que tem. Falta apenas descobrir o que me falta realmente.

no meio de lugar nenhum

Tenho andado mais distante de mim
procurando estar mais perto de ti
Um olhar adormecido depois do café
Um andar morno num verão abrasador
Leitura mansa no jornal diário
uma saudade que aperta o olho
passos que parecem se perder
no meio de lugar nenhum

Spywares desbloqueados
flogs meio desatualizados
luzes acesas a noite toda
Amigos pertos, amigos distantes
um mundo sereno de janelas vazias
Solidão geometricamente sólida
criada nas paredes feito trepadeiras
canções que parecem me prender
no meio de algum lugar

Signos, sons e significados
comerciais encomendados
rimas com caldas de framboesas
os recreios de minha infância
Os quadrinhos de minhas revistas
Os pés na borda da piscina
de alguém que nunca soube nadar
O sol atravessando a cortina
Amigos pertos, amigos distantes
uma saudade que desce pelo rosto
em lágrimas que parecem flutuar
no meio de um céu azul

sexta-feira, 15 de julho de 2005

Seus olhos abriram-se. Seus sofridos olhos dourados mais uma vez acordaram para o mundo à sua volta. Esse despertar era mais conseqüência de uma constante vigília com a qual passara a conviver, do que de um simples e inevitável ato de acordar, buscando reestabelecer contato com o mundo que o abrigava. No seu caso, reestabelecer esse contato significava entregar-se completamente à batalha mortal pela sua própria sobrevivência. Já não fazia mais diferença alguma estar acordado ou em estado de aparente sonolência, pois a realidade que agora o cercava havia se tornado fiel referência para os pesadelos que o atormentavam. Pesadelos que o perseguiam nas noites sem lua e de estrelas mortas. Sonhava com luzes trêmulas e pessoas desesperadas, sendo totalmente consumidas pelo fogo de um clarão, que diante de si era a própria devastação em movimento. Em seus pesadelos podia ouvir com clareza o som da destruição completa, o trovão aniquilador, o estrondo impertinente da morte. Sons que arranhavam o ar, causando pânico, incutindo um pavor extremo ao espírito. Então acordava sobressaltado, suando frio, o corpo tremendo, gritos sufocados na garganta rouca. Começava então a conversar consigo mesmo num monólogo aflito, angustiante, onde chorava buscas desesperadas por Deus. Falava de toda a sua vida antes de todo aquele caos acontecer. Recordava sua vida agitada pelas estruturas de concreto e aço da cidade grande, relembrava seu passado, voltava às suas origens, buscava suas raízes. Sua infância e adolescência vividas numa cidade do interior da Bahia. Sua família, pai, mãe, irmãos, a casa onde morava, a rua onde costumava brincar, seus amigos. Todas essas lembranças eram despertadas, e ele as colocava num doloros combate com as imagens alucinantes e aterrorizantes de seus pesadelos. Era como ser pego de surpresa por um acidente, de repente um choque brusco, seguido de um torpor dos sentidos, a estranheza de si mesmo perante tudo ao seu redor, forçando a própria mente a não querer acreditar que tudo aquilo estivesse realmente acontecendo. Ele podia sentir o choque terrível dentro de si. Uma sensação que se tornou freqüente durante aqueles dias nublados e cinzentos, e aquelas noites escuras, sem Lua e sem estrelas. Noites preenchidas apenas pelos seus pesadelos, o seu mar de pavor, a sua angústia com aquelas imagens distorcidas e berrantes, impregnadas de cores violentas, gritos penetrantes e rostos desfigurados. Havia se tornado um náufrago buscando nas lembranças de seu passado um refúgio, que lhe machucava mais do que lhe dava abrigo. Eram recordações de toda uma vida, que se transformavam num martírio doloroso para seu espírito, perdido em meio à desolação, ao medo e à angústia de se descobrir sozinho num outro mundo.

Dessa vez, porém, seus olhos abriram-se por outro motivo. Não foram os pesadelos que o despertaram de seu sono agitado. Fôra um barulho. Um som tímido e rasteiro, esgueirando-se como uma cobra por entre as folhas caídas dos cacaueiros. Naquele instante, seus olhos abriram-se, e movido por um instinto de pura sobrevivência, sentiu seu espírito mergulhar num total estado de alerta. A tensão fez seus músculos se enrijecerem, desde as pontas dos dedos, empretecidos e com as unhas por fazer, até às raízes dos cabelos claramente castanhos, sujos e maltratados. Escorregou furtivo para detrás de uma pedra, e ali permaneceu, deitado de bruços, as mãos unidas ao peito. Assustado, olhava para os lados, tentando encontrar a origem daquele barulho. Queria descobrir o que estava se mexendo por debaixo das folhagens. Alguma coisa, ou alguém, caminhava ali por perto, pisoteando o tapete de folhas que cobria toda aquela terra. Seu olhar percorria toda aquela paisagem exuberante que lhe cercava. Buscava um sinal, uma pista, um vulto qualquer que denunciasse sua presença. Passou-se alguns segundos, até que finalmente ele descobriu a origem dos ruídos. Enxergou, então, a ponta de um rabo de pêlos dourados, que deveria ter aproximadamente um palmo e meio de comprimento, balançando incessante, como se seu dono procurasse desesperado por algo. O assustado observador continuou quieto atrás da pedra, espiando aquele ser vivente de um mundo selvagem perambular por debaixo do tapete de folhas. O momento prolongou-se hesitante até quando tudo tornou-se surpresa e admiração para o jovem. Seus olhos descobriram um pequenino animal, do tamanho de um punho fechado, agitado, inquieto. Tinha o pêlo dourado, e sua cabecinha peluda o fazia assemelhar-se a um pequenino leão.

- Um mico-leão dourado...

Foi um sussurro solto num instante de admiração plena. Durante um longo momento, o jovem ficou esquecido naquela cena, mergulhado na situação, absorto num transe hipnótico, fitando extasiado o mico, que agora revelava-se por inteiro acima das folhas caídas no chão. Sentado sobre uma pequena pedra, o mico olhava atento de um lado para o outro, como que a pressentir algo no ar. Um espécime como aquele o jovem conhecia apenas pela TV, em documentários da National Geografic ou Discovery Channel sobre reservas ambientais, preservação do Meio Ambiente e animais em extinção. Permaneceu ali, hipnotizado pela imagem do mico-leão dourado. podia sentir o pulsar da vida dentro daquele pequeno animal. Desejou imensamente que o mico se aproximasse dele, queria vê-lo mais de perto, quem sabe até poder tocar ele. O jovem permanecia imóvel, quase nem respirava, temendo que o menor ruído acabasse afugentando o mico. Era um espécime raro da fauna regional, e o admirado observador tinha a consciência de que podia ser a única vez que o estivesse contemplando. Talvez a primeira e última vez. O pequenino saltava de um lado para outro, tinha movimentos ágeis e brincalhões, mas em determinado instante parou atônito, silencioso, e descobriu o olhar atento do observador solitário. Era como se também ele estivesse sentindo o pulsar da vida escondida por detrás daquela pedra. Ficou imóvel durante alguns segundos, para logo em seguida sair em debandada, pulando de galho em galho, de árvore em árvore. parecia assustado, muito assustado. O jovem, desesperado, tentou seguir o mico em sua fuga amedrontada, mas foi em vão. O mico parecia assombrado, como se tivesse visto um perigo quase iminente que colocasse em risco sua sobrevivência. Talvez deconfiasse do estranho que lhe observava atrás daquela pedra. O jovem correu por entre os cacaueiros seminus, numa tentativa de acompanhar a fuga do mico, mas de nada adiantou. Sentiu-se triste com o ocorrido, pois seu único desejo naquele momento era contemplar a beleza selvagem daquele pequeno animal, e talvez poder despertar a sua natureza brincalhona e curiosa. Porém, agora já era tarde demais para buscar novamente o macaquinho. mais uma vez, a solidão sutil friamente lhe abraçou por completo. Era apenas a sua solidão, e nada mais.
A vida, realmente, é cheia de infinitas possibilidades, uma realizadas e presentes em nosso mundo, e a ampla maioria delas guardadas dentro de caixinhas imaginárias em nossas mentes, pulsando e vibrando em todos os seus possíveis potenciais. Um objetivo a ser alcançado, um sonho que ainda não se realizou, um projeto rabiscado no papel, uma rua que poderia ter tido um outro nome, um caminho que não seguimos [mas que continua lá, esperando pelos nossos passos], pessoas que poderiam hoje ter outro nome. Hoje mesmo encontrei um desses exemplos citados. O dia começou fechado, frio, nublado, e depois de cumprir algumas obrigações e compromissos, resolvi passar no shopping para tomar um cappuccino. O relógio ainda marcava 9h30min, e as lojas ainda não estavam abertas. Fui em direção ao Pão de Queijo, e encontrei os funcionários conhecidos, meus amigos esporádicos de conversas descontraídas, um ótimo acompanhamento para um quente cappuccino com pãezinhos de queijo com recheio de cheddar. Só que hoje a possibilidade pulsante e não realizada resolveu pulsar e mostrar que um dia poderia vir a ter existido. Francis, funcionário dedicado e bem educado, serviu-me o cappuccino, e então, resolveu perguntar o meu nome [acredite, já fui diversas vezes lá, mas eles ainda não sabiam meu nome]. Disse-lhe, então, que meu nome era Ulisses.
- Esse quase foi meu nome, sabia? - disse Francis, em tom revelador.
Achei a situação bem pitoresca e até surpreendente, pois nunca em minha vida, tinha conhecido alguém que seria batizado com meu nome, mas que, no último momento, os pais haviam decidido mudar o nome do filho. Francis explicou que a mãe dele já havia decidido batizá-lo como Ulisses, mas que acabou optando por Francis.
- Não tenho nada contra sua pessoa, mas não gosto do nome Ulisses. Tem uma sonoridade que não me agrada. Ele me lembra Ulisses Guimarães - revelou ele, com toda sua educação e sinceridade.
Achei engraçada a sua revelação, e disse-lhe que também não gostava muito do nome Francis. Talvez tenha dito isso apenas para rebater sua sinceridade com relação ao meu nome. Mas talvez eu até goste, pois ele me lembra o falecido jornalista Paulo Francis, polêmico, controvertido, altamente crítico e pertubador diante dos fatos do Brasil e do mundo. Afinal, descobrimos que a vida realmente é cheia de infinitas possibilidades, umas já realizadas, outras arquivadas para sempre, e outras ainda esperando sua vez de se tornarem parte de nosso mundo.

sexta-feira, 8 de julho de 2005

"onde devemos encontrar a felicidade, peep? onde ela pode residir de fato? no sorriso de uma pessoa que amamos? no abraço aconchegante e nas palavras de amizade e conforto? no sorvete que se toma juntos? nas confidências, nos segredos que são trocados e prometidos naum serem comentados com mais ninguém? na sinceridade de uma amizade e das pessoas que sabemos que gostam muito de nós? A felicidade reside onde, peep? canções, livros, gestos, palavras, passos, momentos... talvez a felicidade seja um quebra-cabeça que só conseguimos enxergar sua paisagem quando realmente temos fé e acreditamos até mesmo naquilo que naum podemos tocar ou ver."

Palavras ditas certa vez a um grande amigo meu.

quarta-feira, 6 de julho de 2005

A sensação que tenho, quando escrevo, é de que sou plenamente influenciado tanto pelos meus sentimentos e emoções mais profundos e fortes, quanto pela infinita gama de informações pops presente em nosso cotidiano. Trechos de músicas, filmes, melodias de canções [como a que estou ouvindo agora, Electrical Storm, do U2], livros, histórias em diversas formas de arte, como a HQ, por exemplo. Um poema que escrevi numa madrugada dessas aí, por exemplo, influenciando por um livro de contos que li recentemente baseado nos quadrinhos de Sandman, uma criação fascinante do escritor inglês Neil Gaiman. A contextualização onírica de suas histórias me fascina, e tem tudo a ver com alguns de meus sentimentos, e tenho mais especial fascinação com os Perpétuos, os irmãos de Sandman: Destino [Destiny], Morte ou Desencarnação [Death], Sonho ou Devaneio [Dream], Destruição [Destruction], Desejo [Desire], Desespero [Despair] e Delirium [Delirium]. Quem curte a história, poderá entender melhor. Para quem não conhece, fica o desafio de decifrar meus versos e entendê-los um pouco.


Descoberta

O que vejo é o meu Desejo
Perto respira e espera o Desespero
Flores balançam em Delírios
Desse lado a sombra do Desolado
Dissimulado o Destino solta sorrisos
Diante do Sol que despenca
Despreendido como um sonho
Dreams in my hands
Desires in my mind
Destiny in my eyes
Sem o calor do Sol, sento na janela
e sinto o ardor na dor doce
da candura mansa que desfila em teus olhos.
Sempre que ouço essa música nova do Pato Fu, tenha a estranha sensação de estar ouvindo um sucesso antigo de Roberto Carlos. Uma melodia nostálgica, uma letra melancólica e paradoxalmente libertadora. Como diz os versos da segunda estrofe da canção, sair em segredo, sem despedida, de sua vida, de uma maneira espetacular. Não sei se me identifico com essa canção, mas ela parece um bálsamo que nos purifica de algo que nos fazia mal antes, como uma paixão destruidoramente mansa, que nos sufoca silenciosamente. Já vivi muitos amores assim, sufocantes, ansiosos, silenciosos em sentimentos, alegres em olhares e sorrisos e tristes em partidas e despedidas. Mas parece que hoje, percebo que aprendi muito com minhas experiências, e mesmo assim, ainda tenho muito caminho a trilhar té encontrar realmente um abraço e um beijo que me faça chorar feito criança...

Por que você às vezes
Se faz de ruim?
Tenta me convencer
Que não mereço viver
Que não presto, enfim


Saio em segredo
Você nem vai notar
E assim sem despedida
Saio de sua vida
Tão espetacular


E ao chegar lá fora
Direi que fui embora
E que o mundo já pode se acabar
Pois tudo mais que existe
Só faz lembrar que o triste
Está em todo lugar


E quando acordo cedo
De uma noite sem sal
Sinto o gosto azedo
De uma vida doce
E amarga no final


Saio sem alarde
Sei que já vou tarde
Não tenho pressa
Nada a me esperar
Nenhuma novidade
As ruas da cidade
O mesmo velho mar

terça-feira, 5 de julho de 2005

...sempre costumo considerar blog como um exercício de escrita. Para a maioria, uma simples artificialidade virtual criada para tomar mais de nosso tempo na internet. Mas para mim, a visão de um blog é de alguém tentando expor suas idéias, seus pensamentos, suas possibilidades, sua visão de mundo, seus desesperos contidos, suas ansiedades profanas, seus desejos conscientes. Esse aqui já deve ser meu 3º ou 4º blog que crio, mas nunca consegui criar um vínculo que seja com qualquer um deles, acho mais pelo fato visual, pois todos os blogs que criei nunca me atraíram o suficiente para sempre postar com certa regularidade nele. Meu último blog ainda continua online, apesar de estar de standby por tempo indeterminado. Não costumo ser assim com nada que crio. Projetos, idéias, soluções, sempre costumo colocar todos em prática e observar atentamente seu andamento, seus resultados, sejam eles positivos ou negativos. Com os blogs é diferente, e sei que é mais elo fator design, elemento visual, que nunca consegui me identificar. Agora espero que com esse aqui eu consiga realmente me dedicar, aprimorá-lo aos poucos, deixar frutificar aqui minhas idéias, minhas opiniões, e o mais importante: meus escritos, minhas memórias, e todas as lembranças que tenho das pessoas que realmente admiro e tenho sentimentos sinceros. Espero que dê certo, e que todo o conhecimento que, porventura, eu tenha dentro de mim, seja extirpado e posto aqui para quem estiver lendo minhas palavras, e me ouvindo silenciosamente em sua leitura atenta...
 
© 2013 Contaminação de Ideias. Todos os direitos reservados do autor. É proibida a cópia ou reprodução sem os direitos autoriais do autor Ulisses Goés. Powered By Blogger. Design by Main