quarta-feira, 26 de agosto de 2009


Cada um vive de sonhos, esperanças, metas, objetivos. Quem não as tem, está fadado a caminhar a esmo sem direção, desorientado em pensamentos e atitudes vazias. Eu tenho um sonho, uma meta, um objetivo: ser, antes de tudo, antes de mais nada, e antes de qualquer outra coisa, escritor. Já lancei livro? Já, em meados de 2001. Mas isso não basta para mim. Quero lançar mais e mais obras, poder sentir a presença de milhares de leitores a ler meus versos, minhas prosas, minhas histórias. Quero sentir a presença de pessoas intelectuais tentando decifrar, através de estudos e palestras, cada um dos meus versos que esconde, em seu íntimo, uma verdade minha. Quero sentir cada pessoa se emocionar ao ler um poema meu, quero poder me emocionar ao escutar alguém musicalizando versos meus. Quero tudo isso, a apenas tudo isso.
Um homem deve e pode, livremente, viver em busca de seus sonhos mais sinceros e desafiadores. Nunca desistir, nunca desanimar, por mais dilacerante que seja a situação, por mais sofrível que seja o momento em que viva. Eu escrevo, e porque eu escrevo? Nem eu sei explicar. É algo inerente à minha pessoa, ao meu ser, ao meu espírito. Escrevo porque flui, porque pulsa, porque jorra, porque explode, tal qual uma Supernova na imensidão do espaço. Tudo que vivo e já vivi, transformo em poesia. Minhas dores, minhas alegrias, meus amores, minhas amizades, músicas e momentos, situações e pessoas. Não sei se sou eu que abraço o mundo com poesia, ou se é o mundo que me abarca com emoções únicas. O que posso apenas dizer é que eu me realizo escrevendo, me sinto eu mesmo, me sinto livre e desgarrado desse mundo. Agora estou sorrindo. Provavelmente porque me senti realizado agora escrevendo todas essas palavras verdadeiras nesse texto.
Não me recordo se já divulguei esse meu poema abaixo, mas de toda forma, posto ele aqui, pois já faz um bom tempo que não publico poemas meus aqui em meu blog. Já estava mais do que na hora de lançar mais versos por aqui.

Supernova

partículas flutuantes despedaçadas pelo ar
antes do café e logo depois do jantar
por dentro e por fora a ruptura que te envolve
mostra que universo te pertence e te devolve
em goles mansos de sentimentos mornos

você caminha devagar e aponta o Sol
seu sorriso devolve minhas esperanças sequestradas
minha fé aniquilada minhas preces espatifadas
o caminho que eu sigo vem de teus traços
desenhados por você com mel e grafite
e tudo o que em mim respira e existe
se define pelo brilho cândido de teu olhar
por dentro e por fora a ruptura que me envolve
mostra o Tempo o meu sentimento o teu rosto

o som de tua voz escorrega em meu pensar
pintando quadros nas janelas que abri
criando linhas de distorção onde velejo suave
nesse teu mar de palavras e risadas

partículas despedaçadas flutuantes pelo ar
lá fora na escuridão sobre o Mar
farelos luminosos molhando teus cabelos de Sol
cegando minha visão me fazendo mais te amar
tu perfeitamente me fazes sonhar
antes do café e logo depois do jantar
Tua face me aquece nesta minha febre de viver
de sabores poesias biscoitos passeios eu e você.

por Ulisses Góes
 
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